segunda-feira, 8 de junho de 2009

GINÁSTICA NO AMBIENTE ESCOLAR




Carlos Alberto Ferraz da Cruz1
Eliana Messias1
Eliane Mansano1
Juliana Messias1
Lucimar Ricoldi Gregório1
Ivany da Silva Nascimento de Araújo1
Valéria Andriacci Cericatto1
Verônica Aparecida Cavanha Tomim1
Ediana Maria Noatto Beladelli2
Sandra Mara Ricci Pocai3
Ana Claudia Tomazi Segantini Frata3


INTRODUÇÃO


A ginástica passa por constantes mudanças desde os primórdios. Na
antiguidade era vista como um preparo, um condicionamento físico que preparava o
homem desde a infância, para serem soldados fortes e saudáveis, sendo assim se
formariam guerreiros que enfrentariam os adversários em combates.
____________________________
Graduandos do 2° ano de Pedagogia – UNIMEO/CTESOP
2 Professora da Disciplina de Metodologia da Educação Física
3 Professoras da Disciplina Pesquisa e Projeto na Área Pedagógica
Para as mulheres o preparo se iniciava também na infância, mas com o intuito de
fortificar o corpo para serem mães, e darem a vida a crianças saudáveis.
Existe uma função errada para a ginástica na visão de algumas pessoas,
que seria o culto ao corpo, sendo o único intuito da mesma, preparar e modelar o
físico humano. Em academias a exploração do condicionamento físico chega a ser
preocupante, levando o praticante da atividade, a meios que prejudicam a saúde,
com remédios para acelerar os resultados dos exercícios.
Percebe-se que existe uma luta para trazer a ginástica para o âmbito
escolar, onde deverá existir professores capacitados para ensinar as crianças a
verdadeira função do exercício físico para a saúde mental e corporal dos alunos, em
quanto adultos e não somente na fase infantil. A implantação e adaptação dos
exercícios que evolvem a ginástica em sala de aula poderá trazer grandes
benefícios para os educandos, uma vez que a ginástica pode ser trabalhada para
ajudar as crianças no desenvolvimento motor, intelectual, levando em consideração
os aspectos sociais em que o aluno está inserido.


HISTÓRIA DA GINÁSTICA


A palavra ginástica veio do grego ‘Gymnastiké’, arte de fortificar o corpo e
dar-lhe agilidade, ou ‘Gimnos’, que significa nu. Mas, já para o homem pré-histórico,
a atividade física tinha um papel importante para sua sobrevivência, expressa
principalmente na necessidade vital de atacar e defender-se. O exercício físico
utilitário e sistematizado de forma rudimentar, era transmitido através das gerações e
fazia parte dos jogos, rituais e festividades. Na antiguidade, principalmente no
Oriente, os exercícios físicos apareceram nas várias formas de luta, na natação, no
remo, no hipismo, na arte de atirar com o arco, como exercícios utilitários, nos jogos,
nos rituais religiosos e na preparação militar de maneira geral.
Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC,
os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das
cidades-estados gregas se reuniam na cidade de Olímpia para disputarem diversas
competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta,
corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram
recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.

Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a
harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a
importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo
saudável. No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações
religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I,
após converter-se para o cristianismo.
Foram os antigos gregos, os primeiros a praticar a ginástica como
atividade esportiva e não apenas como forma de treino militar. A ginástica artística
tornou-se esporte olímpico nos jogos de Atenas (1896), mas só para homens. A
participação das mulheres foi liberada nos jogos de Amsterdã, em 1928. Também a
ginástica egípcia já valorizava o que se conhece hoje como qualidades físicas tais
como: equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. Já usavam, embora rudimentares,
materiais de apoio tais como tronco de árvores, pesos e lanças. Dentre os costumes
egípcios estavam os exercícios Gímnicos revelados nas pinturas das paredes das
tumbas.

No Império Romano e durante toda a Idade Média, os exercícios físicos
ficaram restritos à função militar, onde se incluíam a caça e os torneios. Só com o
Renascimento os exercícios físicos, beneficiados pela redescoberta dos valores
gregos, voltaram a despertar interesse maior.
No século XVIII, a ginástica era vista com um carisma artístico, sendo
vulgares as exibições de escolas e associações desportivas, desenvolvendo
também a sua vertente competitiva. A organização da ginástica nos moldes atuais e
a criação das regras e aparelhos de ginástica começou em 1811 na Alemanha,
através da intervenção do professor Friedrick Ludwig Jahn. Este abriu o primeiro
campo de ginástica de Berlím e rapidamente a idéia passou para outras cidades
alemãs. O número de praticantes deste desporto aumentou, ajudando a exportação
da ginástica para outros países. Em 1881, a criação da Federação Internacional de
Ginástica abriu caminho para a realização das primeiras provas internacionais da
modalidade, que foram os Jogos Olímpicos de 1896. A complexidade dos aparelhos
e das modalidades foi aumentando ao longo do tempo, nomeadamente a introdução
da competição olímpica feminina em 1928. Nos Jogos Olímpicos, a Ginástica foi
oficialmente representada nas modalidades de Ginástica Artística Masculina desde
1908, em Londres, e a Ginástica Artística Feminina desde 1928 em Amesterdão.
Mesmo sem caráter competitivo, a Ginástica tem sempre aparecido nas cerimônias
de abertura de jogos, caracterizando-se como um dos pontos altos destes eventos,
onde a criatividade, a plasticidade, a expressão corporal tornam-se presentes na
participação sincronizada de um grande número de ginastas.


GINÁSTICA NO AMBIENTE ESCOLAR


São sessões de exercícios físicos dirigido as crianças, onde são
propostas atividades que visam o desenvolvimento das coordenações motoras,
agilidade e destreza geral, velocidade, equilíbrio, flexibilidade e ritmo. Nas idades
mais jovens baseia-se no ensino motor básico, como correr, subir e descer, saltar,
trepar, rolar, etc, permitindo a criança adquirir uma maior consciência corporal e um
elevado repertório motor. Após esta fase a criança aprenderá a realizar alguns
exercícios mais complexos que, para além de aumentarem os benefícios referidos
anteriormente, revelam importantes contribuições ao nível comportamental e social
da criança, tornando-a uma pessoa mais responsável, exigente consigo mesma,
realista no estabelecimento dos objetivos e persistente na busca dos mesmos,
competitiva e com maior capacidade de reconhecer os fracassos, analisando-os e
procurando estratégias para ultrapassar as dificuldades. De acordo com TOLEDO
(2007), cabe ao educador analisar e entender que cada criança é diferente uma das
outras, cada uma segue um ritmo diversificado, ou seja, existem alunos que se
adaptam melhor a exercícios com auxilio de aparelhos, como bola, cordas, e outros
preferem exercícios como polichinelos, correr ou se alongar, por isso se faz
necessário o educador entender esses limites na hora em que for avaliar seus
alunos, individualmente ou em atividades em grupo. Na visão de TOLEDO (2007, p.
37), “Em uma aula dessas, todos realizam as atividades respeitando os limites do
próprio corpo e melhorando gradualmente seu condicionamento.”
Mediante os exercícios de ginástica para as crianças nas séries iniciais o
educador pode usar da diversificação de formas para que as crianças sintam seu
próprio corpo ( trepar, correr, e outras formas de locomoção, bem como deslizar,
baloiçar, rodopiar, saltar, a pés juntos ou a um pé...), podem dar lugar a situações de
aprendizagem em que há um conjunto voluntário desse movimento como ter noção
de parar, iniciar, seguir vários ritmos e várias direções, a capacidade de estar quieto
e de se relaxar fazem também parte deste trabalho. A exploração de diferentes
formas de movimento permite ainda tomar consciência dos diferentes segmentos do
corpo, das suas possibilidades e limitações, facilitando a progressiva inferiorização
do esquema corporal e também a tomada de consciência do corpo em relação ao
exterior, com noções de lateralidade como, direita e esquerda, em cima e em baixo,
etc. Com o auxilio da ginástica a criança pode aprender a educar seu corpo e
condicioná-lo saudavelmente, tanto quanto, noções de respeito e compreensão das
regras, tanto no convívio escolar quanto dentro do ambiente familiar.
A ginástica na fase infantil quando trabalhada adequadamente, traz para
formação da criança, conhecimento e consciência para manter uma vida saudável
na fase adulta. O que vemos hoje é o crescimento da tecnologia que traz cada vez
mais o culto a informatização do que a um exercícios físicos , ou uma boa aula de
educação física ao ar livre, isso para a criança pode trazer problemas de saúde
como obesidade infantil, problemas de socialização, entre outros, que se refletirão
na fase adulta.
Um desafio para o professor de Educação física é incentivar as crianças
pequenas a participarem das aulas de ginástica, desde que eles sempre querem
jogar bola ao invés de se exercitarem através de exercícios, para TOLEDO ( 2007 ),
o educador deve procurar explicar para os alunos, que para jogar bola primeiro
deve-se fazer o aquecimento, a segunda dica seria dar a turma o direito de escolher
(não sempre) os exercícios que mais gostam, e uma música bem agitada de fundo
também pode incentivar a turma. Valníria de Souza, professora de um escola de São
Paulo, citada por TOLEDO (2007), percebendo que precisava ajudar seus alunos a
melhorarem seu desempenho físico, adaptou a todas as aulas pelo menos quinze
minutos de ginástica, com exercícios para testar a agilidade, velocidade, e força,
passou a anotar e manter um controle do desenvolvimento individual de cada aluno.
TOLEDO (2007, p. 38), esclarece ainda que:
O professor deve trabalhar com grupos mistos, compostos de meninos e
meninas, para que todos aprendam a interagir, respeitando as diferenças de
força, ritmo e habilidade e para que cada um procure atingir suas metas
com a ajuda do parceiro. O ideal é que a aula de ginástica seja ministrada
sempre no fim do período para evitar que os que estiverem muito suados
fiquem constrangidos ao voltar para classe. No entanto, como nem sempre
isso é possível, finalize os exercícios dez minutos antes da próxima aula
para que os jovens possam ir ao vestuário fazer a higiene com
tranqüilidade.
A ginástica quando trabalhada adequadamente só poderá trazer
benefícios e uma vida saudável para as crianças e adultos praticantes desta. Mas o
professor em sala de aula deve tomar esses devidos cuidados para que a criança
não perca a motivação pelas aulas de educação física, mas especificadamente as
aulas de ginástica. De acordo com VYGHOTSK citado por RICCI (2008), pode-se
destacar que a criança ao praticar atividades referentes a ginástica, da qual se
apresenta como uma prática corporal diversificado em suas possibilidades ela pode
modificar sua concepção histórica de vida e o meio externo colaboram para
mudanças internas individuais. Assim a ginástica além dos benefícios a saúde ela é
grande aliadas para criação afetiva e coletiva.


QUADRO 1: EXEMPLOS DE GINÁSTICA


1- Ginástica Artística: Conjunto de exercícios sistematizados, com fins competitivos,
em que se combinam força, agilidade e elasticidade. A ginástica artística baseia-se na evolução
técnica de vários exercícios físicos. Inclui os de aparelho ( com uso de barras, barras paralelas, trave,
argola e cavalo-de-pau ) e os de solo ( série de movimentos executados sobre um tablado ).
2- Ginástica básica: Atividade física que visa dar um condicionamento físico através de
exercícios localizados ( ex: flexão de braços ) e de efeito geral ( ex: polichinelo ).
3- Ginástica de solo: Exercícios executados numa área quadrada de 14m2 recoberta
por um tatame de no mínimo 12m x 12m, em feltro ou material semelhante. A apresentação deve
durar entre cinqüenta e setenta segundos. Os exercícios exploram velocidade, flexibilidade, força e
equilíbrio na execução de saltos, giros e provas de elasticidade.
4- Ginástica Rítmica: Ramo da ginástica conhecido também como ginástica cênica,
praticada exclusivamente por mulheres. Consiste em um conjunto de exercícios físicos
acompanhados por música em que as ginastas tem de manipular cinco objetos: maça, bola, fita, arco
e cordas. As provas de ginásticas rítmica duram 1 minuto no minimo, e 1,5 minutos no máximo. Nelas
somam-se os pontos obtidos em cada um dos quatros exercícios. A bola é de borracha sintética, com
peso mínimo de 400g e diâmetro entre 18 e 20 cm. A ginástica não pode segurá-la com o braço, o
antebraço ou os dedos, apenas com a palma das mãos. As maças são de madeira ou de material
sintético, com tamanho que varia entre 40 e 50 cm e peso mínimo de 150g. A parte grossa da maça é
chamada de corpo; a fina de pescoço, terminando numa pequena esfera, a cabeça ( cujo diâmetro
máximo é de 3cm ). O arco pesa 300g e é utilizado em movimentos que envolvem os ombros, o pé, o
joelho e a cintura. A corda, de cânhamo ou material sintético, deve ter comprimento proporcional ao
tamanho das ginastas e um ou dois nós em cada extremidade. D eve ser arremessada, balançada,
girada e pega de maneira que esteja solta ou dobrada. A corda tem de estar sempre em movimento
e os impulsos e os impulsos precisam ser seguidos, sem interrupções. Com a fita, sempre aberta as
ginastas devem fazer movimentos espirais, cobras espirais e arremessos.
5- Ginástica Localizada: É u trabalho com pesos em grupo. Método de ginástica que
utiliza exercícios localizados, com e sem equipamentos, com auxílio da música, para o
desenvolvimento e ou manutenção da força e resistência muscular.
6- Ginástica Acrobática: Exercícios que combinam movimentos dos diversos
segmentos do corpo, procurando desenvolver agilidade, flexibilidade, equilíbrio, força, resistência e
aperfeiçoamento dos parâmetros de habilidades motoras.

FONTE: EDUCAÇÃO FISÍCA, Exemplos de Ginásticas. Disponível em:
http://www.unicamp.br/fef/publicacoes/conexoes/v1n1/4delimitando.pdf. Acesso em 19de setembro de 2008.


REFERÊNCIAS


BRASIL, Ministério da Educação, Secretária da Educação Fundamental. Parâmetro
Curricular Nacional: Educação Física, Brasília – DF, Volume 7, 2001. p. 49.
DECOLI. Alaor. Pequeno dicionário técnico de Educação Física . Disponível em:
http://www.cdof.com.br/consult41.htm. Acesso em : 19/09/08.
EDUCAÇÃO FISÍCA, Exemplos de Ginásticas. Disponível em:
http://www.unicamp.br/fef/publicacoes/conexoes/v1n1/4delimitando.pdf. Acesso em
19 de setembro de 2008.
KOS. TEPLY. VOLRAB. Ginástica: 1200 exercícios. Trad. Carlos Alberto Pavanelli,
Rio de Janeiro – RJ: Ao livro técnico, 1980, p.
TOLEDO, A. O valor da boa ginástica, Revista Nova Escola, São Paulo – SP: Abril,
ano XXII, nº 208, p. 36 a 39, Dezembro de 2007.
RICCI, M. C. P. A ginástica geral na educação física, escola e a pedagogia
história-crítica. Disponível em: Http:/www.efdeportes.com. Acesso em 26 de
setembro de 2008.

http://www.unimeo.com.br/artigos/artigos_pdf/2008/dezembro/ginastica+no+ambiente+escolar.pdf

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