quinta-feira, 2 de abril de 2009

Didática na Educação Física

O presente trabalho tem o propósito de refletir acerca do planejamento didático docente no ensino da Educação Física Escolar. A educação é posta em prática através da ciência pedagógica, ou simplesmente, pedagogia.
Definições de Pedagogia:
1- Para Libâneo (1994) a pedagogia consiste em um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação em uma determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos indivíduos, tendo em vista prepará-los para as tarefas da vida social.
2- Já Piletti (1995) apresenta um conceito mais direto, definindo a pedagogia como sendo o conjunto dos aspectos filosóficos, científicos e técnicos, inerentes à prática educativa.
3- No aspecto filosófico a pedagogia está contextualizada dentro de princípios educacionais fundamentais, tais como as relações da educação com a vida, os valores e os ideais pedagógicos.
4- No aspecto científico, observa-se que as ciências que estudam o comportamento humano (biologia, sociologia, psicologia, antropologia etc.) são quem representam o suporte teórico dado ao desenvolvimento da pedagogia.
5- Por último tem-se o aspecto técnico, onde a pedagogia se ramifica em técnicas educativas de como ensinar.
Um dos ramos da pedagogia, em seu aspecto técnico, é chamado de didática.
Definições de Didática:
1- Para Campos (2002), a didática consiste na arte de orientar a aprendizagem, estabelecendo a teoria fundamental de ensino e examinando criticamente os diferentes métodos e procedimentos adotados dentro do processo educativo.
2- Já Libâneo (1994) afirma que a didática é a principal área de estudo da pedagogia, cabendo-lhe o papel de investigar os fundamentos, condições e modos de realização da instrução do ensino, converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos para a aprendizagem, selecionar conteúdos, métodos e recursos de ensino em função desses objetivos, bem como estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem.
3- Piletti (1995) afirma que a didática pode apresentar-se em dois tipos: geral e específica.
Didática Geral: o estudo abrange os princípios, normas e técnicas de ensino que devem regular a atividade docente em qualquer prática pedagógica.
Didática Específica: enfatiza o estudo de aspectos técnicos de uma disciplina específica, analisando os problemas e as dificuldades de ensino apresentadas, e organizando os meios e as sugestões para resolvê-las.
Didática Aplicada a Educação Física: A Educação Física dentro do ambiente escolar consiste no componente curricular que dá tratamento pedagógico à cultura de movimentos produzidos historicamente pela humanidade (ALVES, 2002). Infelizmente, durante os últimos anos ela vem sendo marginalizada e discriminada, recebendo tratamento de uma mera atividade, passatempo e descanso para a rotina desgastante da escola, chegando até mesmo a ser excluída dos projetos políticos-pedagógicos de algumas instituições de ensino (OLIVEIRA, 2001; PERES, 2001). Para entendermos um pouco melhor o que está acontecendo com a Educação Física Escolar, precisamos conhecer um pouco da história da nossa Educação Física Escolar, para tentarmos se não resolvermos os problemas, pelo menos, não cometermos os mesmos erros.
Histórico da Educação Física Escolar: As primeiras manifestações de uma Educação Física sistematizada dentro da escola ocorreram no final do século XIX, durante o período de reformas no sistema de ensino. Rui Barbosa, ilustre político da época, deu parecer defendendo a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica aos de outras disciplinas (ALMEIDA, 1997; BRASIL, 1997).
1- Período Higienista: Neste período a Educação Física assumiu um caráter higienista, o qual, segundo Paixão e Pinto (2000), tinha ênfase na busca pela construção de uma sociedade de homens e mulheres sadios, visando à manipulação de um padrão de vida com qualidade satisfatória, havendo na verdade o interesse de domesticação da classe operária. Deste modo a Educação Física estava associada à legitimação do enaltecimento da aptidão física como algo responsável pela capacidade de produzir da população, principalmente, das classes operárias, que poderia contribuir com o progresso do país, almejando que este se transformasse numa futura potência.
2- Período Militarista: A partir de 1930 a Educação Física assume um caráter militarista. Neste período a prática pedagógica era baseada na questão da disciplina, obediência e subordinação dos alunos em relação ao professor (PERES, 2001). Assim sendo, a Educação Física passou a transmitir para toda a população escolar o seu modelo de cidadão, o qual consistia em um indivíduo forte, disciplinado, sadio, submisso às ordens, resistente aos sacrifícios impostos e, principalmente, dotado de patriotismo e lealdade ao estado (ALMEIDA, 1997).
3- Período da Esportivização: Após o período das grandes guerras a Educação Física entra em um processo denominado de esportivização. Nesta fase o professor assumiu o papel de treinador e o aluno passou a atuar como atleta. As crianças que não apresentavam ‘rendimento satisfatório’ eram marginalizadas e excluídas, já que a prática pedagógica era norteada pelos princípios de rendimento esportivo, competição, comparação de desempenhos, regulamentação rígida, racionalização de meios e técnicas, entre outros (SOARES et al, 1992).
4- Período da Psicomotricidade: Nos anos setenta uma nova tendência começa a despontar na Educação Física escolar: a psicomotricidade. Neste período a prática pedagógica enfatizava o desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os esportes de alto rendimento (BRASIL, 1997). Segundo Soares et al (1992) a abordagem da psicomotricidade ficou caracterizada pela instrumentalização do movimento humano como meio de formação e a pela secundarização da transmissão de conhecimentos.
5- Período da Crise de Identidade: A partir dos anos oitenta a Educação Física escolar entrou no que Caparroz, citado por Peres (2001), denomina de crise de identidade. Muitas tendências novas surgiram, tais como a Educação Física Humanista, a Educação Física na Perspectiva da Promoção da Saúde, as concepções de ensino a partir da criatividade e, em um último momento, a concepção da Educação Física na Perspectiva da Cultura Corporal (RESENDE, SOARES, 1996). Em cada uma destas tendências percebe-se a busca pelos princípios fundamentais que deveriam nortear a prática pedagógica no âmbito da Educação Física escolar, questionando assim quais seriam seus objetivos, conteúdos e metodologias de ensino.
Hoje em dia, a prática pedagógica da Educação Física dentro do ambiente escolar vem recebendo muitos questionamentos, inclusive por parte dos próprios alunos que, não vendo mais significado na disciplina, desinteressam-se e forçam situações de dispensa (BETTI, ZULIANI, 2002). De acordo com Vago (1995) a Educação Física praticada dentro das escolas corre o risco de se tornar um espaço de segregação, de reprodução de preconceitos, de fragmentação do ser humano, de individualismo, de inibição corporal e de traumas corporais registrados no ser humano. Isto pode acontecer porque em uma aula de Educação Física, muita além do gesto desportivo, são internalizados valores, concepções de mundo e formas de comportamento socialmente existentes. O professor deve então procurar executar uma prática pedagógica livre de preconceitos, que mantenha um clima agradável e respeitoso com os alunos e que possua uma visão crítica da escola e dos seus determinantes sociais (GALVÃO,2002).
Além das características afetivas e sociais, a prática pedagógica do professor de Educação Física escolar deve se sustentar em aspectos técnicos necessários à sua atuação profissional.
- Principais características técnicas de um professor de Educação Física escolar bem sucedido: Para Galvão (2002), são:
1- fornecimento de feedback constante e apropriado;
2- domínio do conteúdo e da metodologia para ensiná-lo;
3- conhecimento dos alunos e da realidade vivenciada pelos mesmos, adaptando os conteúdos a esta realidade e aos interesses de cada educando;
4- utilização eficiente dos recursos de ensino disponibilizados para o processo de ensino-aprendizagem;
5- fundamentação do conteúdo na unidade teórica-prática;
6- delimitação de objetivos concretos e possíveis de serem alcançados;
7- integração de sua disciplina com outras áreas de conhecimento humano;
8- realização de processo avaliativo justo e construtivo.
Analisando as características anteriormente listadas, percebemos que a prática pedagógica dos professores de Educação Física bem sucedidos, dentro do contexto técnico, é marcada pela apropriada utilização dos denominados elementos didáticos. Estes elementos são representados pelo(CAMPOS, 2002):
1- planejamento;
2- objetivos;
3- conteúdos;
4- métodos;
5- recursos;
6- avaliação do processo de ensino-aprendizagem.

Neste sentido, podemos verificar que a didática da Educação Física, responsável pelo estudo do conjunto de todos estes elementos, é um componente fundamental para os profissionais de Educação Física escolar que desejam exercer uma atividade docente coerente com princípios pedagógicos cientificamente reconhecidos.
Assim sendo, recorremos a Faggion (2000) para afirmar que a prática pedagógica do professor de Educação Física escolar, em seu aspecto puramente didático, se materializa no processo de seleção dos objetivos a serem alcançados; na escolha dos conteúdos que serão ministrados, sem esquecer que a participação do aluno é muito importante nesta escolha; na seleção de métodos de ensino que proporcionem o correto aprendizado dos conteúdos trabalhados; na eleição de recursos de ensino adequados aos métodos e conteúdos delimitados para a atividade docente; na elaboração de uma sistemática de avaliação justa, inclusiva e construtiva; e na integração de todos estes elementos, culminando com um planejamento adequado e organizado para nortear todo o processo de ensino-aprendizagem que é desenvolvido durante o período letivo.
Planejamento Didático de Ensino:
1- Segundo Libâneo (1994) o planejamento consiste em um “processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”.
2- Duarte (2002), define o planejamento do processo de ensino-aprendizagem como sendo a antecipação de ações a serem desencadeadas ao longo da prática educativa, utilizando-se de todos os meios disponíveis para se atingir os objetivos a que se destina o ato de educar.
3- Já para Luckesi (2005) o planejamento é o ato de decisão onde o professor delimita a concepção política e as mediações científicas e técnicas que irão nortear sua prática pedagógica.
Independentemente das definições que se devam adotar, sabe-se que o ato de planejar exige uma atualização científica, técnica e filosófica sobre tudo o que será abordado no processo de ensino-aprendizagem.
Requisitos que os educadores devem possuir para realizarem um planejamento eficiente:
- o ato de planejar exige dos educadores um conhecimento seguro sobre o que desejam fazer com a educação;
- quais são seus valores e seus significados (uma filosofia de educação);
- também devem possuir um conhecimento seguro sobre o aluno, compreendendo a inclusão deste na sociedade e na história (ciências histórico-sociais);
- bem como os processos de formação do caráter e do desenvolvimento de cada educando;
- também devem apresentar um conhecimento seguro dos procedimentos técnico-científicos de ensino com os quais conduzem sua prática pedagógica (uma didática de ensino).
Importância de um bom planejamento:
- a promoção e eficiência do ensino;
- a realização de um ensino de qualidade que evite a improvisação e a rotina;
- a articulação entre os elementos que compõem a prática pedagógica;
- a contribuição para a obtenção dos objetivos visados;
- a garantida de maior segurança na direção do ensino;
- a facilitação na preparação de aulas.

No contexto específico da Educação Física escolar, Faggion (2000) afirma que o planejamento do processo de ensino-aprendizagem é uma tarefa vital no ato de educar, pois não deixa de lado os objetivos, conteúdos, estratégias metodológicas, recursos de ensino e a avaliação, como elementos didáticos eficazes para a prática pedagógica do professor de Educação Física. Lorenzini e Tavares (1998), por sua vez, também destacam a importância do planejamento na atuação docente do profissional que trabalha na escola, enfatizando que é com este elemento didático que o professor encaminha o processo de ensino-aprendizagem pelo qual o conhecimento se transforma em saber escolar.
A realização de um estudo executado por Molina Neto, citado por Faggion (2000), confirma que os professores de Educação Física escolar não gostam de elaborar planejamentos em suas respectivas atividades pedagógicas. A justificativa mais comum para esta atitude é que a experiência prática que eles possuem evita a necessidade do ato de planejar, pois os procedimentos de ensino acabam sempre se repetindo. Neste sentido, o autor levanta alguns questionamentos interessantes. Para ele, a ausência do planejamento do processo de ensino-aprendizagem leva os docentes à não terem objetivos bem definidos. Sem os objetivos norteadores para a Educação Física escolar, de que modo o professor poderá realizar sua prática pedagógica? Quais conteúdos serão ministrados? Quais estratégias metodológicas serão utilizadas para garantir a eficiência na aprendizagem dos conteúdos? Quais recursos de ensino serão utilizados no decorrer do período letivo? Que tipo de avaliação será realizado?
Construção do Planejamento na Educação Física Escolar
Professores comprometidos com uma prática pedagógica fundamentada em princípios didáticos devem preocupar-se com a construção de planejamentos coerentes com o projeto político-pedagógico da escola em que atuam.
A primeira etapa: na construção de um planejamento consiste na observação do universo escolar, analisando suas particularidades, sua cultura, seu patrimônio e sua vida cotidiana. É neste momento que o professor deve buscar conhecer a realidade da instituição de ensino, bem como as aspirações, frustrações e características dos alunos. Esta etapa é de fundamental importância, pois os objetivos e conteúdos de ensino devem ser estabelecidos de acordo com os interesses, possibilidades e dificuldades apresentadas pelos alunos durante este instante inicial. Após analisar as informações coletadas, o professor terá em mãos um diagnóstico da realidade escolar que ele vivenciará, evitando assim correr o risco de estabelecer objetivos impossíveis de serem alcançados ou que não interessam ou, ainda, que já foram alcançados anteriormente pelos alunos.
A segunda etapa: determinar os objetivos que deverão ser atingidos pelos alunos durante o processo de ensino-aprendizagem. Estes objetivos devem ser claros e possíveis de serem alcançados pelos aprendizes, cabendo ao professor possuir um conhecimento seguro sobre as possibilidades apresentadas por cada educando, devendo, para isto, sustentar sua prática pedagógica em teorias do desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo, aprendizagem motora, teorias sociais, entre outros estudos específicos para sua área.
A terceira etapa: o docente deverá selecionar e organizar seus conteúdos, bem como delimitar os métodos e recursos de ensino que serão mais eficazes para que tais conteúdos sejam apresentados aos alunos. Aqui o professor de Educação Física escolar deve buscar pesquisar em várias fontes (livros, jornais, revistas etc) de sua área, assim como também utilizar sua criatividade na formulação de atividades e procedimentos de ensino que contemplem os conteúdos e métodos delimitados.
A quarta etapa: caberá ao educador selecionar os procedimentos de avaliação a serem utilizados em sua prática pedagógica. Neste ponto em especial os profissionais de Educação Física escolar ainda sofrem por falta de um embasamento didático mais amplo, já que as avaliações dentro desta área foram historicamente caracterizadas pelo desempenho em testes de força, resistência, flexibilidade etc., medindo apenas a aptidão física do aluno, ou seja, seus aspectos biofisiológicos.
Características do Planejamento na Educação Física Escolar
Ao dissertar sobre a eficiência do planejamento do processo de ensino-aprendizagem em Educação Física escolar, Jeber (2003), Resende et al (1997) e Campos (2002) indicam algumas características importantes, tais como:
1- construção conjunta entre professor e alunos;
2- flexibilidade;
3- objetividade;
4- coerência ;
5- apresentação de ordem seqüencial.

Para Jeber (2003) a característica fundamental de um planejamento com fins educativos é que o mesmo seja construído com a participação ativa dos alunos. Esta afirmação também é defendida por Resende et al (1997), onde citam que o planejamento em Educação Física escolar deve ser centrado em um efetivo processo de co-decisão, onde o professor decide e sistematiza a proposta de programa a ser desenvolvido, adotando como ponto de partida a mediação entre as experiências e as expectativas concretas reveladas pelos alunos e suas necessidades de enriquecimento e emancipação sócio-cultural. Freire (2002), por sua vez, afirma que não há docência sem discência, ou seja, o processo de ensino-aprendizagem é construído conjuntamente entre professores e alunos. Neste contexto, o mesmo autor afirma que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou sua construção”. Uma das possibilidades é então fazer com que o aluno se torne sujeito no planejamento do processo de ensino-aprendizagem, assumindo a responsabilidade da ação educativa junto com o corpo docente da escola.
Na execução do planejamento em sala de aula sempre haverá a presença do elemento não plenamente previsto, o que implicará na realização de adaptações e alterações. Para que isto aconteça o planejamento deverá ter flexibilidade, também considerada uma característica fundamental para a eficiência do mesmo. Neste sentido, Resende et al (1997) acreditam que a Educação Física escolar ser norteada por um planejamento aberto, flexível e continuamente reelaborado em função das situações de ensino, de aprendizagem e de convívio social que emergem no decorrer das aulas e nas atividades vinculadas a esta disciplina.
Uma terceira característica importante é que o planejamento tenha objetividade, ou seja, que apresente indicações bem exatas e sugestões bem concretas para o trabalho a ser realizado. Em relação a esta característica, percebemos que os procedimentos planejados pelos professores de Educação Física escolar devem ser claros, precisos e completamente correspondentes com a realidade em que serão aplicados, isto é, de nada adianta planejar situações que estejam fora das possibilidades humanas e materiais da escola e dos alunos.
Outra característica de um eficiente planejamento em EF escolar é a coerência, ou seja, a elaboração de procedimentos de ensino-aprendizagem que tenham íntima correlação com os objetivos visados, os conteúdos e métodos delimitados, os recursos selecionados e a avaliação. Deste modo, se o professor, por exemplo, estabelecer que o objetivo de sua prática pedagógica consiste em fazer com que os alunos aprendam a desempenhar habilidades motoras específicas de um determinado esporte, deverá então planejar atividades onde os educandos possam vivenciar efetivamente esses propósitos. Para que isto aconteça, é preciso que os métodos, conteúdos, recursos de ensino e instrumentos de avaliação sejam criteriosamente selecionados em acordo com o objetivo delimitado (CAMPOS, 2002).
Uma última característica que nós podemos destacar para o planejamento em Educação Física é a presença de uma ordem seqüencial das atividades. Neste contexto, Libâneo (1994) afirma que para alcançar os objetivos previamente planejados, são necessários vários passos, de modo que a ação docente obedeça a uma seqüência lógica e progressiva. Na Educação Física escolar este fato torna-se ainda mais importante, pois de acordo com Tani et al (1988), todo ser humano é basicamente um iniciante diante das tarefas e situações novas, em termos de aprendizagem motora, tornando-se então preponderante que os professores do referido componente curricular possibilitem aos alunos, de uma forma hierarquizada, a vivência de movimentos seguindo uma relação de menor para maior complexidade, proporcionando atividades adequadas ao nível de desenvolvimento motor de cada educando.
2.1.3 Planejamento de Aulas na Educação Física Escolar
O planejamento do processo de ensino-aprendizagem é desdobrável em diversos tipos.
Libâneo (1994), por exemplo, afirma que há planos em pelo menos três níveis:
1- o planejamento da escola: plano que a escola elabora para enviar à Diretoria de Ensino, tem a duração de 1 ano letivo;
2- o planejamento das unidades de ensino: plano realizado pelos professores para enviar para a Diretora/Coordenadora, é válido por um período pré-determinado (pode ser mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual);
3- o planejamento de aulas: o planejamento de uma aula consiste na proposta de trabalho do professor para um determinado dia letivo, correspondendo ao nível de maior detalhamento e objetividade do processo de ensino-aprendizagem. Este tipo de planejamento deve ser elaborado, antes de qualquer coisa, como uma necessidade pedagógica do próprio professor e não por exigência burocrática e formal da coordenação ou direção da escola.
A diferença entre os mesmos reside no grau de especificidade que cada um apresenta.
Itens que compõem um Planejamento:
1- Objetivos Geral; (todo)
2- Objetivo Específico; (subdivisões do todo)
2- Conteúdos; (o quê será trabalhado)
3- Métodos ou estratégias; (como será trabalhado)
4- Avaliação.

1- Objetivos: objetivos representam as exigências da sociedade em relação à escola, ao ensino, aos alunos e, ao mesmo tempo, refletem os posicionamentos políticos e pedagógicos dos professores em face das contradições sociais observadas na sociedade. Divide-se em:
a- Objetivo Geral: representam proposições amplas e complexas sobre mudanças comportamentais desejadas diante das exigências impostas pela realidade social e diante do desenvolvimento da personalidade dos alunos. São objetivos que decorrem de uma filosofia de educação e que se originam do estudo da sociedade contemporânea e da inserção dos alunos nesta sociedade. Conhecido como o “todo“ que vai ser trabalhado.
São as subdivisões do objetivo geral, as somatórias dos objetivos específicos é que forma o objetivo geral.
2- Conteúdo: são conjuntos de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos valorativos e atitudinais de ação social, organizados com o intuito de permitir ao educando a assimilação ativa e a aplicação em sua realidade social. Cuja assimilação é considerada essencial para que se produza um desenvolvimento e uma socialização adequada do aluno.
3- Métodos: são ações docentes pelas quais se organizam as atividades do processo de ensino-aprendizagem, visando atingir os objetivos da prática pedagógica construída em função de um conteúdo específico. Representam uma espécie de roteiro geral para a atividade, onde os alunos são colocados em contato direto com os conteúdos selecionados, o que possibilita a modificação de seus comportamentos (aprendizagem) em função dos objetivos da aula. Divide-se em:
1- Métodos Gerais de Ensino na Educação Física Escolar: os métodos gerais de ensino são aqueles comuns e fundamentais para todas as disciplinas, sendo representados pelas ações, condições e procedimentos letivos elaborados intencionalmente pelo professor durante a construção de sua prática pedagógica. Os métodos gerais são:
a- expositivo: é aquele em que o professor expõe os conteúdos de ensino aos alunos, permitindo que o educando assimile de forma ativa e inteligível tudo o que foi falado em sala de aula. Para que seja bem sucedido, o docente deverá saber suficientemente sobre o que expõe, possibilitando o entendimento claro e preciso do conteúdo que está sendo exposto, do mesmo modo como também deve buscar mobilizar a atividade interna do aluno no sentido de concentrar-se e pensar sobre o tema. Nas aulas de Educação Física escolar o método expositivo é aplicado, principalmente, por meio de dois tipos de técnicas de ensino:
- A exposição verbal deve ser utilizada quando o assunto da aula é desconhecido ou quando as idéias que os alunos trazem são insuficientes; sua utilização nas aulas de Educação Física escolar deve ocorrer de forma breve, clara, exata, sugestiva e progressiva.
- A demonstração, é uma exemplificação prática do conteúdo de ensino que está sendo ministrado, sendo utilizada geralmente para operacionalizar uma exposição verbal e concretizar algo que esteja sendo tratado teoricamente.
b- elaboração conjunta: consiste em uma forma de interação ativa entre o docente e os educandos, visando à construção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a fixação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. O professor atua simplesmente apresentando o conteúdo de ensino aos alunos, desencadeando a partir de então um intenso debate sobre todas as variáveis que norteiam o assunto em pauta.
c- trabalhos em grupos: trata-se de um método onde os alunos são divididos em grupos, permitindo o estudo coletivo sobre um conteúdo específico. A principal finalidade do trabalho em grupo é obter a cooperação dos alunos durante a realização de uma determinada tarefa. A cooperação entre os membros de um grupo implica na união de esforços e de ações em busca de objetivos comuns, o que fortalece a confiança mútua e os laços de solidariedade entre os componentes. Sendo assim, o trabalho em grupo é um interessante método de ensino a ser aplicado em aulas de Educação Física escolar.
2- Métodos Específicos de Ensino na Educação Física Escolar
Historicamente a Educação Física escolar no Brasil foi norteada pelos métodos tradicionais diretivos, onde o processo de ensino-aprendizagem era todo centrado na figura do professor.
Com o passar do tempo, estes métodos tradicionais se revelaram inadequados às características da sociedade que evoluía, o que provocou o surgimento de novos procedimentos metodológicos, principalmente passando a figura do aluno para o centro do processo de ensino-aprendizagem.
Os métodos específicos de ensino na Educação Física escolar, durante a história desta disciplina no Brasil, podem ser divididos em quatro grandes grupos:
a- métodos do movimento ginástico europeu;
b- métodos de reprodução/produção de conhecimentos;
c- métodos criativos de ensino;
d- métodos de ensino de destrezas motoras.


a- Métodos do Movimento Ginástico Europeu
Os métodos oriundos do movimento ginástico europeu são fundamentados em princípios biológicos e técnicos, onde o conhecimento gira em torno de modalidades esportivas, tratados de fisiologia esportiva e manuais de preparação física. No Brasil estes métodos predominaram durante a primeira metade do século XX, como conseqüência do pensamento social, político e econômico da época. Os principais representantes eram os métodos de origem francesa, sueca e alemã.
O professor de Educação Física escolar que fundamentava sua metodologia de ensino nos referidos métodos dava o mesmo tratamento para todos os alunos, sem considerar suas diferenças individuais. A ginástica sueca e os exercícios calistênicos eram exaustivamente trabalhados, onde cada aprendiz apenas repetia e imitava o que o professor executava perante a turma. É interessante notar que existiam recomendações explícitas sobre como os professores deveriam conduzir suas práticas pedagógicas em sala de aula, desde a duração dos exercícios até o número de aulas pré-determinado para cada conteúdo programático. Mais interessante ainda é saber que já nesta época, era delimitada a idade de início para a formação esportiva: treze anos. Esta formação deveria conter elementos técnicos, táticos e físicos, ensinados de modo minucioso, lento e progressivo. Podemos perceber que a construção da prática pedagógica do professor já estava completamente pré-determinada, ou seja, o docente sabia exatamente o que deveria ensinar, quais eram os conteúdos de ensino a serem ministrados e como deveria ocorrer o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Isto implica na afirmação de que os alunos não participavam ativamente do ato educativo, cabendo-lhes apenas ver, memorizar e repetir os exercícios solicitados, funcionando como uma espécie de receptores passivos de informações, não lhes sendo oferecido o direito de contestação e discussão. Por assumirem uma posição dogmática, isto é, a mensagem transmitida pelo educador não poderia ser contestada, devendo o aluno aceitá-la sem discussões e com a obrigação de repeti-la, podemos afirmar que os métodos do movimento ginástico europeu eram limitados por um contesto superado que enfatizava a imitação e a passividade, não contribuindo em absolutamente nada com a formação de cidadãos críticos e criativos, e muito menos com a transformação da realidade em benefício da justiça social.
Na época em que os métodos oriundos do movimento ginástico europeu eram aplicados nas aulas de Educação Física escolar, os objetivos de ensino consistiam no desenvolvimento da aptidão física como forma de obtenção de corpos fortes e saudáveis, teoricamente mais resistentes à contaminação por doenças infecto-contagiosas. Isto quer dizer que tais métodos de ensino estavam diretamente relacionados com uma Educação Física fundamentada em princípios higienistas, sendo que sua utilização nos dias atuais é considerada completamente ultrapassada.
b- Métodos de Reprodução/Produção de Conhecimentos
Os métodos de reprodução de conhecimentos são aqueles centrados na figura do professor, sendo representados pelos métodos de ensino por comandos, por tarefas, por avaliação recíproca e por programação individualizada, é bastante semelhante àqueles oriundos do movimento ginástico europeu. O professor é o elemento central do processo de ensino-aprendizagem, tornando-se o referencial de tudo o que pode e deve ser realizado; ele determina os objetivos da aula, escolhe as atividades, fornece as indicações sobre o que executar, avalia quase sempre de forma subjetiva e corrige constantemente. Atualmente é um método muito utilizado no ensino de alguns esportes, onde o docente se preocupa prioritariamente em transmitir os fundamentos técnicos por intermédio da repetição e da memorização da resposta motora, oferecendo apenas uma única possibilidade de resposta correta.
Já os métodos de produção de conhecimentos são aqueles que colocam o aluno no centro do processo de ensino-aprendizagem, sendo representados pela descoberta orientada e pela solução de problemas. É o método de ensino por tarefas, trata-se de um método que consiste na realização de tarefas propostas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de forma relativamente independente, sendo-lhes outorgada a possibilidade de escolherem as tarefas que desejam praticar. Em relação ao ensino por comandos, o professor se encontra em uma situação mais livre nos aspectos de organização dos alunos e nas explicações, o que lhe permite concentrar maior atenção sobre a aprendizagem dos educandos. A utilização deste método nas aulas de Educação Física escolar ocorre, principalmente, através da execução de treinamentos em circuitos, já que o processo de ensino-aprendizagem geralmente é direcionado por objetivos ligados à formação corporal.
c- Métodos Criativos de Ensino
É uma adaptação de métodos criativos anteriormente já existentes, resultando em modificações benéficas para sua aplicação no contexto da Educação Física escolar. São eles:
- método das perguntas operacionalizadas: trata-se de um método que tem como objetivo promover a incerteza no aluno, onde o mesmo deve se deparar com muitas possibilidades de resposta para um determinado problema. Deste modo, a partir de uma situação problema apresentada na aula, os educandos são estimulados na busca por soluções, através de questionamentos e desafios formulados pelo professor. O método das perguntas operacionalizadas pode ser aplicado de duas diferentes maneiras: na primeira o professor criará uma situação problema para que o aluno a solucione por meio de conhecimentos já adquiridos. Na segunda o professor apresentará uma situação problema que exija dos aprendizes mais do que a aplicação dos conhecimentos já adquiridos; exija também a aplicação inventiva destes conhecimentos e, se necessário, a produção criativa de um novo conhecimento.
- método da análise: este método pode ser caracterizado como sendo sistemático, pois o procedimento de aplicação consiste em identificar os elementos ou partes de um todo, verificar suas inter-relações e estruturá-las em algum modo de organização. Nas aulas de Educação Física escolar o presente método facilita, por parte dos alunos, a identificação das características específicas de um recurso material de ensino, ou ainda, dos conteúdos programáticos constituintes desta disciplina
- método da análise-síntese: a síntese é a capacidade de estruturar um todo a partir da compreensão das relações entre os elementos ou partes específicas. Deste modo, o método de análise-síntese tem o objetivo de levar o educando a entender as partes específicas de um problema, configurar relações entre estas partes e, em seguida, sintetizar as soluções parciais numa solução total, formando um conjunto unificado de tudo o que foi estudado. Um exemplo de aplicação do método de análise-síntese em Educação Física escolar seria a construção de um novo jogo a partir de elementos específicos de alguns esportes, como o chute, o arremesso, a rebatida, entre outros.
-método brainstorming (tempestade de idéias): trata-se de um método caracterizado como sendo intuitivo, fundamentado no fato de que cada indivíduo possui uma combinação única de experiências e conhecimentos e, portanto, pode contribuir para visualizar um determinado problema de maneira distinta das demais pessoas. A utilização deste método durante uma aula de Educação Física escolar é dividida em três momentos. Inicialmente o professor requisita que várias idéias sejam formuladas, em função de um problema específico, como, por exemplo, construir uma atividade recreativa qualquer. Neste momento da aula não são permitidas críticas e todas as idéias devem ser levadas em consideração. Em um segundo instante os alunos são incentivados a gerarem mais idéias, baseados nas idéias dos outros. Consegue-se assim aumentar a quantidade de idéias existentes. Num terceiro e último momento é feita à avaliação conjunta entre professor e alunos sobre as idéias obtidas, sendo desejável combiná-las, bem como classificá-las por ordem de viabilidade.
- método checklist (lista de checagem): também é caracterizado como sendo intuitivo, baseado nas teorias psicológicas da criatividade, cuja função é estimular a imaginação e a capacidade de redefinição de abordagens sobre um problema específico. O professor deve atuar propondo um problema e, sobre este, formular questões genéricas em uma espécie de lista ou questionário. As idéias que vão surgindo como resposta às questões formuladas são então postas em discussão para que se possa obter uma solução conclusiva sobre a problemática proposta pelo professor.
d- Métodos de Ensino de Destrezas Motoras
Os métodos utilizados no ensino de uma destreza motora em Educação Física são: método global, método analítico e método misto.
O método global consiste em ensinar uma destreza motora a partir da totalidade do movimento, demonstrando a ação motora por inteiro, do início ao fim, caracterizando-se principalmente pelo aprender jogando. Ao jogar, a criança adquire experiência motora, segurança e autoconfiança no intuito de aprender a antecipar as ações que são observadas durante o jogo.
Neste sentido, o método global é um dos mais eficientes durante o processo de ensino-aprendizagem de destrezas motoras, principalmente no período inicial de formação esportiva, pois atende ao desejo de jogar dos alunos, conseqüentemente, estes ganham em motivação, criatividade, imaginação e pensamento tático. Outra grande vantagem do método global é citada que: ao jogar, os alunos são obrigados a tomar decisões. Para tomá-las, deverão considerar fatores como, por exemplo, o adversário, a sua colocação, a colocação do adversário, o posicionamento de seus companheiros e o que fazer com e sem a posse de bola, ou seja, quem joga interage com o imprevisto que somente o jogo propicia. A possível decorrência disso é tornar-se mais inteligente para jogar.
Algumas desvantagens outorgadas ao método global, por exemplo, acredita que neste método de ensino “o aluno demora a ver seu progresso, o que pode desencorajá-lo, levando-o a pensar que não está produzindo”, pois a utilização constante do jogo leva a criança a se deparar com uma quantidade enorme de novidades, o que pode interferir no sentido de um aprendizado incorreto das destrezas motoras e também na adoção de comportamentos táticos inadequados.
O método analítico é um método onde a destreza motora é ensinada por partes; em um momento posterior estas partes serão unificadas entre si, formando então a destreza motora que será utilizada na atividade esportiva. Que o método é aquele em que o professor parte dos fundamentos, como peças isoladas, e somente após o completo domínio de cada um dos fundamentos exercitados, o jogo propriamente dito é desenvolvido. Como o jogo e a brincadeira são suprimidos, o método analítico vem sofrendo muitas críticas ao longo dos anos. O ensino de destrezas na forma isolada implica necessariamente na diminuição da criatividade, na padronização de movimentos e num modelo único de resposta motora, onde o professor espera que os alunos automatizem ‘pedaços’ de uma ação motora específica. Esta relacionado ao processo de especialização precoce no ensino da técnica de movimentos, pois a aula acaba sendo centrada em exercícios caracterizados pela repetição mecânica dos gestos desportivos. Apesar das críticas negativas, alguns autores também indicam vantagens com o uso deste método. Uma destas vantagens é que o progresso na aprendizagem é facilmente percebido pelo aprendiz. Outra importante vantagem é que, do ponto de vista docente, as correções durante o processo de ensino-aprendizagem são de fácil aplicação.
O método misto este método funciona como uma espécie de união entre os métodos global e analítico, onde o professor atua fundamentalmente durante três momentos distintos: num primeiro momento o ensino da destreza motora é efetuado por meio do método global, ou seja, o movimento é apresentado em todo o seu conjunto. Neste instante o professor procura verificar as dificuldades apresentadas pelos educandos. Em seguida, já em um segundo momento, o docente retorna para o ensino de alguma parte da destreza motora em que o aluno apresentou dificuldades, fazendo então uso do método analítico. Uma vez dominadas as diferentes partes que compõem a técnica motora, volta-se novamente para a execução do movimento em sua forma completa, o que implica no retorno ao método global.
Podemos perceber que o professor de Educação Física escolar tem a sua disposição os mais diversificados métodos de ensino. Todavia, mais importante do que o número de métodos é a forma como os mesmos são utilizados.
4- Avaliação: é o acompanhamento contínuo do processo de ensino-aprendizagem, o que permite o levantamento de informações a respeito da adequação dos objetivos, da seleção dos procedimentos de ensino, dos resultados, dos métodos de ensino utilizados e de outros fatores importantes que compõem a prática pedagógica do professor.
A avaliação consiste em um processo contínuo de pesquisa, que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista a aprendizagem esperada durante o período letivo; com os resultados da avaliação, o professor terá condições de redefinir o seu planejamento, considerando as necessidades e limitações apresentadas pelos educandos.
A avaliação é entendida como um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão que conduza o aluno ao autodesenvolvimento e ao convívio em sociedade.
- Tipos de Avaliação
Existem três tipos de avaliações: a diagnóstica, a formativa e a somativa, cada uma delas sendo aplicadas em diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem e com objetivos distintos.
A avaliação diagnóstica é utilizada logo no início do processo. Os objetivos deste tipo de avaliação são: verificar os conhecimentos que os alunos já possuem; verificar as particularidades de cada aluno, constatando interesses, possibilidades e necessidades; identificar as dificuldades, insuficiências e problemas específicos de aprendizagem que os educandos trazem de anos anteriores. Ao realizar este tipo de avaliação, o professor estará capacitado para individualizar o processo de ensino-aprendizagem, se assim desejar, ministrando conteúdos adequados ao nível de desenvolvimento dos aprendizes, ou seja, não perderá tempo ensinando o que os alunos já sabem e também não perderá tempo tentando ensinar o que os alunos ainda não estão prontos para aprender.
Avaliação formativa, processual ou reguladora: este tipo de avaliação é definida como sendo o conjunto de aferições que é realizado no decorrer do processo de ensino-aprendizagem, buscando mostrar ao educador se sua prática pedagógica está ou não dando resultados eficientes. Com a avaliação formativa o docente obterá indícios sobre o posicionamento do aluno em face de uma aprendizagem desejada, o que lhe permitirá elaborar e propor soluções a partir da identificação de alguma dificuldade ou problema verificado, a fim de alcançar determinados objetivos.
Avaliação somativa geralmente se presta à função classificatória, isto é, o professor a utiliza para classificar os alunos ao final de um determinado período letivo, estabelecendo um conceito final com base em tudo o que anotou e observou durante o processo. Com este tipo de avaliação o educador elege o aluno em uma posição de hierarquia, quantificando a aprendizagem do mesmo por meio da atribuição de valores, categorias ou notas.

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